"Penso, logo existo." Rene Descartes.
Logo, pensar é existir.
Nem tudo que existe, pensa, mas tudo que pensa, existe.
Nem tudo o que pensa, é consciente de si. Se eu sei que penso, tenho percepção de mim mesmo, portanto possuo consciência.
A consciência dá poder de perceber a si e ao meio. Se é consciente para julgar a própria existência, é capaz de julgar a existência de coisas externas, logo o ato de pensar consciente não somente prova a própria existência, mas a existência de coisas externas à si.
Para conhecer, tem que pensar naquilo que conhece, para imaginar, tem que pensar naquilo que imagina, portanto, tudo passa pelo pensamento.
Algo que não é consciente de si, mas foi conhecido, a sua existência é verdadeira, mas o que não é consciente de si, não foi pensado, nem conhecido, não existe.
Logo, tudo que existe, pensa ou foi pensado, e o que não pensa ou foi pensado, não existe.
Bom, esta conclusão não gera problemas para a cosmovisão deísta / teísta, mas, se ela estiver correta, gera um paradoxo para o ateu, uma vez que ele entende que nada foi pensado, se não o que provém das próprias ações humanas.
De início, esta conclusão realmente parece estar equivocada. Eu mesma trago a objeção: A razão humana incontestavelmente nos diz que tudo que existe, existe, e o que não existe, não existe. Eu mesma penso que a realidade é objetiva, independentemente da percepção ou do conhecimento. O fato de algo não ser pensado e não ser consciente de si não o torna inexistente.
Sim... Mas quem ou o que diz que tudo que existe, existe e o que não existe, não existe? Não é concebido pela própria razão humana? Não é uma premissa a partir de um pensamento consciente? A razão humana estabeleceu uma premissa que abriu a possibilidade da existência de algo que não pensa, nem é conhecido, contudo, a própria premissa é um pensamento, portanto não deixa de ter sido pensada.
Diante do exposto, não só reforço a conclusão, como ainda acrescento: Tudo que é concebido pelo pensamento, torna-se possível.
Imagine um espaço fora do universo, livre de qualquer ser consciente (até mesmo Deus), e lá possui uma pedra flutuante. Ela vaga pelo espaço. Ela não não é consciente de si e nada conhece a sua existência. Jamais saberemos se ela existe ou, sequer que haja algum espaço fora do universo. Por ela não ser consciente de si, nem ser conhecida, ela não existiria se não fosse pensada, mas o fato de eu ter pensado nela, a torna possível. Não posso dizer que é, nem que não é. Nada muda o fato da minha mente ter concebido esta possibilidade.
Todo e qualquer exemplo que eu der, eu vou pensar e torná-lo possível, portanto termino este artigo dizendo que tudo aquilo que não pensa e não foi pensado, não pode existir, e o que foi pensado, ainda que não exista, torna-se possível.
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